sábado, 26 de abril de 2008

BODHIDHARMA


Não existem registros escritos precisos sobre a origem das artes marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos.
A história das artes marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, quando no ano 520 A.D. um monge budista indiano chamado Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen - deixou seu país e partiu numa longa jornada em busca da iluminação espiritual. Bodhidharma (conhecido no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho e pregando sua doutrina aos monges ou a quem quer que fosse.
Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Diz a lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que transmitia-lhes os fundamentos da filosofia Zen, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente.
Os exercícios ensinados por Bodhidharma eram baseados em métodos de respiração profunda e yoga, e seus movimentos se assemelhavam a técnicas de combate. A prática desses exercícios logo tornou-se uma tradição no templo, vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu, que no Japão foi conhecido como Shorinji Kenpo.
Há relatos também de que Bodhidarma se retiro na floresta para meditar e observar o movimento dos animais. Observou como os animais menores se defendiam do maiores e como cada um com sua habilidade se sobressaia com o outro. Após longa meditação ele codificou estes movimentos e adaptou-os para os monges.
Uma das razões também que o buscou a tal descoberta foi o fato de que naquela época os mosteiros eram muito saqueados por vandalos e bandidos a procura de alimentos e reliquias. Já que os monges faziam voto de pobreza e não violência, não portavam armas para defender-se. Daí a busca de um método de auto-defesa que pudesse usar a força de seu oponente contra ele mesmo com base no movimento dos animais.
Esta arte marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação à reestabelecida saúde dos monges, e segundo como método de defesa pessoal propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por vez ou outra saqueavam o templo, de quem os monges em outros tempos eram considerados presas fáceis.
Estes métodos de treinamento eram exaustivamente praticados, isto pelo fato de quando não utilizados como forma de combate, eram usados como exercícios de meditação dinâmica (os Katas) e como método de auto cura o Taisô Hiorô (Chikun).
A reputação dos monges lutadores logo se espalhou pela China, fazendo com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país, principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes marciais, como o Karate em Okinawa.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ZEN


O meu coração arde como fogo


Soyen Shaku, um mestre Zen, disse um dia: «Os meus olhos são frios como cinzas mortas, mas meu coração arde como o fogo». Eis as regras que praticava em cada dia da sua vida:
De manhã, antes de se vestir, acenda incenso e medite.Coma a intervalos regulares e deite-se a uma hora regular.Coma sempre com moderação e nunca até ficar plenamente satisfeito. Receba as suas visitas com a mesma atitude que tem quando está só. E, quando está só, mantenha a mesma atitude que tem quando recebe visitas. Preste atenção ao que diz e, o que quer que diga, pratique-o. Quando uma oportunidade chegar, não a deixe passar,mas pense sempre duas vezes antes de agir. Não se deixe perturbar pelo passado. Olhe para o futuro.
A sua atitude deve ser a de um herói sem medo mas o coração deve ser como o de uma criança, cheio de amor. Ao retirar-se, ao fim do dia, durma como se tivesse entrado no seu último sono. E, ao acordar, deixe a cama para trás, instantaneamente, como se tivesse deitado fora um par de sapatos velhos.

SHOTOKAN


Shotokan (松涛館) é a escola de karate criada por Gichin Funakoshi (1868-1957). Inicialmente o Mestre Funakoshi não acreditava em criação de estilos e sim que todo karatê deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam de professor para professor. Shoto era como Funakoshi assinava seus poemas, significa pinheiros ondulando ao vento e kan significa edificação ou salão.
Os alunos de Funakoshi construíram um dojo (道場, lugar do Caminho) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan (Edifício de Shoto). Acredita-se que a origem do nome do estilo seja essa. O Dojo Shotokan foi destruído durante um bombardeio na II Guerra Mundial.
O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes, predominancia de movimentos de mão e chutes no máximo até o peito. Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que a técnica de um "simples" soco direto, pode nunca ser dominada, e só o é com muitos anos de treino, mas quando a técnica é dominada o seu poder é incrivel e quase sobre-humano. No karatê shotokan são levados a sério fatos como a concentração e o estado de espirito, pois sem concentração e um estado de espirito leve mas determinado a técnina de pouco serve, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação.
Possui 29 katas (ou forma, também mencionado como o "balé da morte" por se tratar de uma sequencia de movimentos contra 4 ou mais adversários executados de tal forma que se assemelha a uma dança), sendo 3 não reconhecidos por serem usados apenas para uma melhor introdução ao praticante). seguindo ainda um metedo de ensino que divide a aula em três partes (o kata, o kumitê e o kihon.).
Os katas auxiliam o iniciante a assimilar o estilo e aprender as técnicas básicas de movimentar-se, defender-se e atacar. Para o avançado os katas são um confronto com as ideias dos velhos mestres, nestes confrontos os atuais praticantes entendem os segredos da arte, que só são aprendidos mediante prática exaustiva e não oralmente.

terça-feira, 15 de abril de 2008

TIPOS DE SUSHI

Existem vários tipos diferentes de sushis e, de acordo com o formato e recheio, recebem nomes diferentes. Os mais conhecidos são:
Califórnia: versão americanizada de uramaki, é uma boa opção para quem não gosta de peixe cru. Vem com kani, pepino e manga (ou abacate). Algumas vezes o sushiman inclui maionese, outras vezes cream cheese.



Hossomaki: é o arroz e o recheio envoltos em alga marinha. Hosso quer dizer fino e maki significa "enrolado", daí, "enrolado fino". Conforme o recheio usado, o hossomaki leva um nome diferente: Tekamaki - de atum.Kapamaki - de pepino.Shakemaki - de salmão.




Nigiri: bolinho de arroz em forma alongada coberto com fatias de peixe cru ou ainda polvo e camarões. Sempre preparados à mão sem a ajuda de esterinhas ou formas e apresentados em pares. O movimento da mão ao fazer este bolinho leva o nome, em japonês, de niguiri, daí o nome deste sushi. As pessoas tendem a "molhar" o arroz do niguiri no shoyo, mas o certo conforme a cultura oriental é "molhar" o peixe.


Norimaki: bolinho de arroz enrolado em alga de nori. Este sushi é recheado com omelete, pepino, maionese, abacate, alface, camarões e lulas.


Temaki: é o cone de alga recheado com arroz, peixe e pepino. O nome quer dizer "enrolado na mão" (Te=mão). A alga marinha do temaki tem que estar bem sequinha e crocante. Se você demora para comer (quando pede para entregar em casa, por exemplo), a alga amolece com a umidade e fica "borrachenta".





Uramaki: arroz sobre folha de nori (alga), tiras de peixe ou outros ingredientes, enrolado de forma que o arroz fique na parte externa. Ura quer dizer "fora". O uramaki normalmente vem com gergelim, que além de enfeitar, dá um sabor especial. Depois é cortado em 6 unidades. O mais conhecido é o uramaki califórnia.
Com o crescente mercado de sushis a criatividade dos sushiman uma enorme variedade de modelos, cortes e ingredientes passou a ser oferecida. Algumas condenáveis como os sushis com frutas e com recheios de queijo ou empanados. Alguns mestres tradicionais torcem o nariz e se recusam a preparar estas novidades.

OS VINTE ENSINAMENTOS DE FUNAKOSHI


01 - O Karatê inicia-se e termina com saudações.
O espirito do karatêka se perde sem a cortezia.
02 - No Karatê não existem golpes de agressões.
Em todos katas em Karatê-Do (Shotokan), inicia-se com defesa.
03 - O Karatê apóia o caminho da razão.
Um karatêka nunca toma a iniciativa de um combate.
04 - Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
Este é um ensinamento para todos que buscam uma evolução espiritual.
05 - A princípio lapidar o espírito, depois a técnica.
"Zanshin ", espirito, o domínio de si mesmo (mente) para se dominar o corpo.
06 - Evitar o descontrole e o desequilíbrio mental.
Saber ter o domínio de si mesmo em todas as ações.
07 - A falha surge com acomodação mental.
Seja persistente e forte em seu querer.
08 - O Karatê não se limita apenas à academia .
Veja o Karatê-Do em todas as coisas.
09 - A essência do Karatê se descobre no decorrer da vida.
Trinta anos de prática para você começar a entender o que é Karatê-Do.
10 - Dará frutos quando ligado à vida cotidiana.
Ser e fazer é uma única coisa.
11 - O Karatê é igual a água quente, se não receber calor constante, esfria.
Jamais pare de seguir o caminho.
12 - Não pense em vencer, mas não pense em derrota.
Sempre aceite um desafio sem pensar na sua derrota.
13 - Mude sua posição conforme o tipo de adversário.
Aprenda a conhecer outras escolas.
14 - A luta depende do bom manejo da teoria de Yin (negativa) e Yang (positiva).
É o que faz o equilíbrio do Universo.
15 - Imagine que seus membros são espadas.
Manter sempre o espírito do BUDO.
16 - Para o homem que sai do seu portão, existem milhares de adversários.
Se prepare para o pior esperando o melhor.
17 - No princípio os movimentos são artificiais mas com o tempo se tornam naturais.
As repetições exaustivas dos exercícios nos leva à compreenção da técnica.
18 - A prática de fundamentos deve ser correta, enquanto em uso, torna-se diferente.
Ao treinar seja técnico, ao lutar seja instintivo.
19 - Domínio do seu corpo na coordenação, na energia, na velocidade e elasticidade.
Elementos fundamentais para o conhecimento técnico do Karatê-Do.
20 - Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente.
Nunca pare de estudar e experimentar para evoluir.
"ABRINDO AS NUVENS, PROCURANDO O CAMINHO."
Poema escrito por FunakoshiPosted by Picasa

quinta-feira, 3 de abril de 2008

DOJO KUN


Hitotsu jinkaku kansei ni tsutomeru koto
Primeiro, dedicar-se para formação o caráter.

Hitotsu makoto no michi o mamoru koto
Primeiro, ser fiel com o verdadeiro caminho da razão.

Hitotsu doryoku no seishin o yashinau koto
Primeiro, Criar o espírito de coragem.

Hitotsu reigi o omonjiru koto
Primeiro, ter respeito por todas cas coisas.

Hitotsu kekki no yu o imashimeru koto
Primeiro, conter o espírito de agressão.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

ZAZEN um Caminho!?



Zazen literalmente significa Sentar Zen. Zen é uma palavra que vem do Sânscrito Dhyana ou Jhana e significa um estado meditativo profundo. Geralmente não chamamos o Zazen de meditação, pois o verbo meditar é transitivo direto, ou seja, requer um objeto. Meditar sobre a vida, meditar algo. Enquanto que o Zen é intransitivo. Não há objeto de meditação. Até o sujeito desaparece. E quando isso acontece o Caminho se manifesta em sua plenitude.
Procure um local tranquilo, nem muito claro nem muito escuro, não muito quente nem muito frio.
Há várias maneiras de sentar-se: posição das bermudas, meia lótus, lótus completa, banquinho, cadeira. Em qualquer uma delas é importante que a coluna vertebral seja mantida erecta. O queixo um pouco para baixo, de forma que a região cervical fica reta. Verifique se seu corpo está centrado, movendo da esquerda para a direita, como um pêndulo – de movimentos largos a movimentos menores e pare exatamente em seu próprio centro de equilíbrio.
Perceba se as orelhas ficam em linha com os ombros e o nariz em linha com o umbigo. Esvazie os pulmões, soltando todo o ar profundamente pela boca, umas três vezes. Relaxe qualquer parte do corpo onde sinta tensão. Em seguida coloque as mãos no mudra cósmico (mão direita embaixo, com a palma voltad
a para cima e a costa dos dedos da mão esquerda repousando na palma dos dedos da direita,mantendo a mão esquerda com a palma para cima. Encoste levemente os dois polegares, como se houvesse uma finíssima folha de seda entre eles). Perceba que suas mãos estarão formando uma elipse, assim como os planetas em torno do Sol – o comos em suas mãos.
Em seguida coloque a ponta da língua no palato superior, tocando de leve atrás dos dentes frontais. Isto cria um canal de comunicação de energia ao mesmo tempo que evita muita salivação.
Mantenha os olhos entreabertos, pousados cerca de um metro e meio de distância num ângulo de 45 graus.
Assim, sem pensar e sem não-pensar, sente-se calmamente por alguns minutos. Alguns ficam em zazen por 40 minutos, outros por 30 ou mesmo 20 minutos. De qualquer maneira adapte à sua realidade. Para quem nunca praticou nenhuma forma de meditação mesmo cinco minutos pode ser um bom tempo. Não tenha presssa em querer sentar por longos períodos.
Tendo assim assentado corpo e mente perceba sua respiração. Sinta se está sendo abdominal (ao inalar o abdomem se expande ao exalar se contrai) ou toráxica (a caixa toráxica se expande e se contrái). Perceba seus batimentos cardíacos. Ouça todos os sons, próximos e distantes. Sinta as fragrâncias da sala, do local (pode ser ao ar livre). Perceba o ar, sua textura, sua temperatura. A luz e a sombra que se formam onde seus olhos estão pousados são também percebidas. Verifique sua postura, a posição das mãos, da coluna, da língua
e oxigene áreas de tensão. Perceba seus pensamentos. Como se formam, como desaarecem. Veja se pensa em formas, palavras, música, cores, imagens. Qualquer emoção que surja deve ser notada. Assim como seu término. O mesmo para memórias. Entretanto não fique pensando apenas, nem apenas percebendo, pois isto ainda está no plano da dualidade. Torne-se um com o uno sendo a respiração, a postura correta e a vida do universo em constante fluir.
Um momento de zazen é um momento de Buda.
Entre tarefas, em momentos de stress no trabalho, nos estudos, entre amigos e desafetos, em casa, no trânsito, lembre-se apenas de endireitar a coluna e respirar conscientemente. Perceba suas emoções e batimentos cardíacos. Relaxe, sorria. Tudo é passageiro. Aprenda a estar presente no instante e a agir da maneira correta a transformar o que náo for de seu agrado. Lembre-se: apenas reagir não transforma.Assim, use o Zazen para o seu bem e de todos os seres. Pois afinal, se se entregar ao Zazen de corpo e mente verificará que é o Zazen que faz zazen… Zazen zazen zazen.
Monja Coen

Uma história breve do sushi



O Japão, por ser uma ilha, retira do mar seus principais alimentos. Os peixes, as algas e frutos do mar estão presentes em praticamente todos os pratos da culinária japonesa. São poucos os locais onde é possível desenvolver a agricultura pois as terras são montanhosas e vulcanicas. O arroz é uma cultura de alta produção em pequenas áreas.
O sushi é a combinação do arroz com o peixe cru. Esta é uma combinação adaptada aos produtos regionais, apesar de parecer estranha e exótica.Antigamente os peixes eram conservados no arroz cozido para serem transportados. Os japoneses sabaim que o arroz liberava o ácido acético e láctico que garantiria a qualidade por mai tempo. A técnica também era utilizada pelos pescadores que pescavam em alto mar, criando-se assim o sushi prensado (oshizushi).
No século XVIII, um cozinheiro chamado Yohei decidiu parar de utilizar o peixe fermentado e passou a oferecer algo parecido com que hoje é conhecido por sushi. A preparação se tornou bastante popular em Osaka, que na época era a capital comercial do Japão e onde se reuniam os comerciantes de arroz.Osaka está situada na região de Kansai e assim ficou conhecido o estilo de sushis enrolados em algas, decorados e apresentados de forma alegre e colorida. Na região de Tókio, o estilo era o Edo, cujo melhor exemplo é o nigirizushi, o bolinho de arroz coberto com o peixe sem a utilização da alga.
Em meados do século XIX, o vinagre, o wassabi e o gengibre começaram a ser utilizados pois apresentavam fortes poderes antibacterianos. Existia uma grande preocupação quanto à manipulação e o consumo dos peixes crus. Assim, surgiram os primeiros quiosques que faziam sushi no formato que é conhecido atualmente.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Rituais na alimentação

Extraido do site: www.mosteirozen.com.br

Se o Sodô, o templo da meditação, é considerado essencial para a vida monástica, a cozinha é tida no mesmo nível de importância e também é considerada um templo, o Tenzoryo. Se no primeiro, alimenta-se a mente, no segundo alimenta-se o corpo. Para os budistas, um não existe sem o outro.
As refeições são realizadas sempre em silêncio. O trato com o Oryoki (conjunto de tigelas) segue um código sofisticado, que chama a atenção do praticante para aquilo que está fazendo no momento. No budismo, o alimento, fornecido pela natureza, é tratado com profundo respeito. O agradecimento é expresso em sutras entoados antes (Quando comemos e bebemos/ Rezamos junto com todos os seres/ Comer é a alegria do zen/ E ficamos cheios da felicidade do Dharma) e depois da refeição (Comida pura já comemos/ E rezamos junto com todos os seres/Para ficarmos cheios de virtudes/ E realizarmos os dez tipos de forças). Ao final, não deve sobrar nas tigelas um grão sequer de comida. O zen abomina o desperdício.

KARATÊ-DO, um conceito avançado



Tenho estudado em muitos livros e aprendido com vários professores desde cedo o conceito da palavra KARATÊ; KARA: Vazio, TÊ: Mão. Assim sendo; mãos vazias. Podemos observar aquí que inicialmente não cito o sufixo "DO". Isto porque muitos que passam esta informação estão esquecidos deste citado CAMINHO (DO).


Encontramos também alguns estudiosos desta arte que de fato a vêem como um Caminho marcial, adicionando o sufixo "DO", assim traduzindo KARATÊ-DO como: Caminho das Mãos Vazias. Um conceito "exotérico" e mais próximo do que o Mestre FUNAKOSHI veio nos ensinar no começo de sua busca.


Então de que forma podemos transcender este conceito!?


A muitos anos atráz, nas busca de conhecer melhor este Caminho, conheci um Mestre em Karatê-Do que revolucionou minha vida e minha caminhada. Este Mestre me trouxe um conceito mais "esotérico" desta arte. Karatê-Do; Kara: Universo (de fato este kanji siguinifica Universo em japonês). Tê: mãos, conter. Do: Caminho, vereda espiritual (este conceito explicarei mais a diante). Então, KARATÊ-DO: "Vereda Espiritual que contem o Universo". Um conceito profundo e que me fez enxergar com mais nobreza este o Caminho.


Alguns anos mais tarde após muitas reflexões, comecei a estudar "Karatê-Do Nyumon" livro de Funakoshi, onde vim confirmar de fato este novo e nobre conceito.
Funakoshi cita:
"4. KARA significa 'vazio' implica a não-utilização de armas, a autodefesa com as mãos vazias, e isso é adequado.
5. Assim como o vale vazio pode ecoar o som da voz, do mesmo modo a pessoa que segue o Caminho do Karatê deve esvasiar-se livrando-se de todo egoismo e ambição. Tornar-se vazio interiormente, mas reto por fora. Este é o siguinificado verdadeiro do 'vazio' em karatê.
6. Quando a pessoa percebe a infinidade de formas e de elementos no universo, ela se volta para o vazio, para o vácuo. Em outras palavras, o vazio é outra coisa se não a verdadeira forma do universo.....mas só o karatê enuncia explicitamente a base de todas as artes marciais. Forma é igual a vazio; vazio é igual a forma. O uso do caratere [kara] em karatê se baseia nesse princípio."