terça-feira, 7 de julho de 2009


As Três Peneiras de Sócrates

Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:

- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!

- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.

- Três peneiras? Que queres dizer?

- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?

- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.

- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?

Envergonhado, o homem respondeu:

- Devo confessar que não.

- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?

- Útil? Na verdade, não.

- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.

TORI


Segundo os mitos do Shintoísmo, os deuses criaram o Japão e o seu povo. Até os meados do ano 1900, os japoneses adoravam o imperador, como um descendente direto de Amaterasu-Omi-kami, a deusa do sol e mais importante divindade da religião. Em 1868, o governo japonês, instituiu o Shintoísmo como religião oficial do país. Porém, depois da derrota japonesa na II Guerra Mundial (1939-1945), o imperador Hiroíto renunciou ao caráter divino atribuído à realeza, e a nova Constituição do país passou a defender a liberdade de religião. Contudo, 90% da população japonesa é xintoísta, e os que pertencem a outra religião, permanecem oferecendo sacrifícios devocionais aos deuses e celebrando suas cerimônias e rituais. O símbolo dos santuários shintoístas o Tori representa a divisão entre o mundo comum e o mundo divino. É a porta de entrada, feita de madeira, sem qualquer telhado ou muros anexados formada por duas colunas ligadas por duas vigas; as colunas representam os alicerces que sustentam o céu, enquanto que as vigas simbolizam a terra.

SHOJIN RYORI



Alimentação Zen

Como acontece com outros caminhos espirituais, a maneira correta de preparar a comida e uma boa prática dietética são partes integrantes do treinamento Zen. A filosofia de preparação da comida, num templo Zen, está condensada no estilo de cozinhar chamado shojin ryori. Isto pode ser traduzido simplesmente como "comida vegetariana", porém shojin ryori leva consigo a idéia de cozinhar o desenvolvimento espiritual e tem a finalidade de contribuir para a saúde física, mental e espiritual do cozinheiro e de quem vai compartilhar o alimento.
Em japonês, a palavra shojin é composta de caracteres que significam "espírito" e "progredir", e o significado completo da palavra é algo como "dedicação para alcançar o caminho da salvação". A palavra chinesa da qual shojin originou-se era derivada do termo sânscrito virya, que contém a idéia de esforço total e autocontrole, duas qualidades elementares no Caminho Nobre Óctuplo do Budismo. Entretanto, o princípio subjacente do shijin ryori é simplesmente amor e gratidão pela comida recebida. Preparar e compartilhar o alimento passa a fazer parte da prática religiosa e tem lugar junto com outras contribuições para a felicidade e bem-estar da sociedade e de nós mesmos.
A culinária shojin, às vezes, é chamada de yukuseki ou remédio. Aqui incorporado o mesmo princípio contido no sistema medicinal ayurvedico indiano. Nessa escola de pensamento, a escolha e o preparo da alimentação são vistas como inseparáveis do tratamento das doenças e cultivo da boa saúde. O ponto de vista médico tradicional chinês é o mesmo: "Se uma pessoa cair doente, deverá, primeiro, examinar sua dieta; depois de bem selecionada, mastigar cuidadosamente e agradecer. Dessa maneira, os poderes curativos da natureza, com os quais a humanidade é abençoada, são conferidos com plena liberdade para agir e quase todas as doenças são dominadas."
A dieta Zen é tradicionalmente vegetariana e o praticante abstém-se de comer carne, exceto em circunstâncias particularmente definidas. Essa prática vegetariana baseia-se no preceito budista de não matar todos os seres sencientes, reconhecendo a interdependência e unicidade de tudo que tem vida.