terça-feira, 7 de julho de 2009

SHOJIN RYORI



Alimentação Zen

Como acontece com outros caminhos espirituais, a maneira correta de preparar a comida e uma boa prática dietética são partes integrantes do treinamento Zen. A filosofia de preparação da comida, num templo Zen, está condensada no estilo de cozinhar chamado shojin ryori. Isto pode ser traduzido simplesmente como "comida vegetariana", porém shojin ryori leva consigo a idéia de cozinhar o desenvolvimento espiritual e tem a finalidade de contribuir para a saúde física, mental e espiritual do cozinheiro e de quem vai compartilhar o alimento.
Em japonês, a palavra shojin é composta de caracteres que significam "espírito" e "progredir", e o significado completo da palavra é algo como "dedicação para alcançar o caminho da salvação". A palavra chinesa da qual shojin originou-se era derivada do termo sânscrito virya, que contém a idéia de esforço total e autocontrole, duas qualidades elementares no Caminho Nobre Óctuplo do Budismo. Entretanto, o princípio subjacente do shijin ryori é simplesmente amor e gratidão pela comida recebida. Preparar e compartilhar o alimento passa a fazer parte da prática religiosa e tem lugar junto com outras contribuições para a felicidade e bem-estar da sociedade e de nós mesmos.
A culinária shojin, às vezes, é chamada de yukuseki ou remédio. Aqui incorporado o mesmo princípio contido no sistema medicinal ayurvedico indiano. Nessa escola de pensamento, a escolha e o preparo da alimentação são vistas como inseparáveis do tratamento das doenças e cultivo da boa saúde. O ponto de vista médico tradicional chinês é o mesmo: "Se uma pessoa cair doente, deverá, primeiro, examinar sua dieta; depois de bem selecionada, mastigar cuidadosamente e agradecer. Dessa maneira, os poderes curativos da natureza, com os quais a humanidade é abençoada, são conferidos com plena liberdade para agir e quase todas as doenças são dominadas."
A dieta Zen é tradicionalmente vegetariana e o praticante abstém-se de comer carne, exceto em circunstâncias particularmente definidas. Essa prática vegetariana baseia-se no preceito budista de não matar todos os seres sencientes, reconhecendo a interdependência e unicidade de tudo que tem vida.

Um comentário:

Antônio Barbosa (Gringo Barreto) barbosa.salvavidas@hotmail.com disse...

Grande prazer encontrar seu texto. O Sensei Sérgio Marinho lhe tinha muito apreço. OTOGSI NI...OSS!