domingo, 25 de junho de 2023

Shokunin

 

“Você deve dedicar sua vida a dominar sua habilidade. Esse é o segredo do sucesso e é a chave para ser considerado com honra.”

Jiro Ono (97 anos, 2023)


No Japão, a palavra “shokunin” pode ser traduzida literalmente como “artesão”, mas essa descrição não expressa completamente o seu significado mais profundo. A percepção é muito mais ampla do que imaginamos. Para os japoneses, shokunin significa não só ter habilidades técnicas, mas também implica ter atitude e consciência. O shokunin tem um compromisso de trabalhar e dar o seu melhor para o bem-estar geral da comunidade. Esse dever é espiritual e material. Não importa o que seja, a responsabilidade do shokunin é cumprir a exigência de buscar a perfeição. É fazer algo não só pela satisfação de fazer, mas executar o trabalho com cuidado e beleza ao máximo de sua capacidade. No Japão, isso pode ser notado em varias artes, nas obras de uma escultora e até mesmo no orgulho e no esmero de uma equipe de limpeza.



Cinco são os pilares que sustentam e orientam a atividade e o espírito de todo shokunin:

  1. Majime / Dedicação: A perseverança e o compromisso constante com o trabalho árduo são fundamentais na busca pelo melhor resultado. Mesmo que um artesão seja abençoado com um dom, ele precisa ser exercitado. Empenho e aplicação são atributos imprescindìveis.

 

  1. Kojoshin / Evolução: Buscar constantemente por uma melhora, sem nunca se acomodar, é primordial. Quando você achar que chegou no auge, continue buscando. É importante sempre mirar para o alto. No Zen Budismo hà um ditado que diz: "suba a montanha até chegar no topo... quando chegar là, continue subindo!" Mesmo que o seu trabalho seja repetitivo, é importante encontrar um modo de torná-lo mais desafiador e instigante, aprimorando-se passo a passo – sempre.

 

  1. Seiketsukan / Limpeza: Trabalhar com organização e métodos é imperativo, é uma forma de manifestar o seu respeito pelo que está sendo executado. Em um ambiente de trabalho bagunçado ou sujo, a criatividade não flui, a concentração se perde e a perfeição fica mais difícil de ser atingida.

 

  1. Ganko / Obstinação: Insistência e audácia são importantes e podem colaborar com o desenvolvimento evolutivo da arte escolhida. Buscar o consenso é bom, mas pode trazer acomodação. Para ser genial é preciso pensar diferente, ousar, perseguir permanentemente a originalidade e procurar sempre alguma forma de inovação, criatividade. Siga sua intuição, fique atento aos seus sentimentos, faça isso e veremos a diferença.

 

  1. Jyonetsu / Paixão: Amor pelo que se faz e entusiasmo são outros ingredientes essenciais na rotina de quem não se contenta com o mediano e só se satisfaz com a excelência. Sem emoção não existe arte. O aluno japonês possui duas caracteristicas importantes, um profundo amor pela arte escolhida, e uma enorme adimiração e respeito pelo seu mestre.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

A cozinha no Zen I

 Foi Dogen Zenji que aprofundou mais os ensinamentos de Buda sobre comer. Ele escreveu o Tenzo Kyokun e Fushuku Hanpo e deu explicações concretas sobre o que o cozinheiro Zen, o Tenzo, precisa ter em mente sobre o que precisa ser cuidadosos.

No Tenzo Kyokun, ele escreve sobre os cuidados a serem considerados, desde como cozinhar os ingredientes a fim de usar ingredientes ao máximo, como preparar os ingredientes. Em Fushuku Hanpo, nem é necessário dizer que comemos com gratidão, Observar em detalhes como a necessidade de ter a mente e corpo em boa condição e dar atenção às maneiras de execução.

Por exemplo em Tenzo Kyokun, quanto a como lavar o arroz:

…ao examinar o arroz, primeiro a areia; ao analisar areiada do arroz, o arroz

…ao lavar o arroz para a refeição do meio-dia, o cozinheiro não deve permitir-lo perto da pia. Olhe tudo o que importa, para nãor sequer um grão de arroz seja perdido.

Envocar um senso de gratidão por reconhecer a fonte de vida dos ingredientes

"Sentir um senso de empatia por reconhecer as vidas das pessoas que estão comendo".

Em Fushuku Hanpo, ele escreveu sobre o cuidado minucioso que deveríamos tomar ao comer:

..não faz barulho ao mastigar sua comida. Não engula sua comida fazendo barulho...

...Se você tiver que retirar algo dos dentes, você deve proteger sua boca...

...Não mexa seu corpo, segure os joelhos, sente agachado, boceje, ou respire alto...

...não fale com comida na boca...

Estas coisas visam:

Sentir um senso de gratidão por reconhecer a fonte de vida dos ingredientes.

Perceber um senso de gratidão por reconhecer profundamente as vidas das pessoas que cozinham.

Estimula um senso de gratidão por reconhecer profundamente as vidas das pessoas que estão juntas.

Estes são apenas alguns exemplos, mas todos eles nos surpreendem porque agora apreciamos uma refeição tão abundante que facilmente esquecemos de tratá-la com cuidado, ou ter um senso de gratidão.


Como a frase "nichijo sahanji" mostra, nós repetimos o que cozinhamos e comemos todos os dias, e estas atividades podem tornar-se tão triviais para nós. Esta é a razão porque apenas poucas pessoas prestam bastante atenção ao verdadeiro significado das refeições e seu preparo. Contudo, uma atividade de comer que é crucial para viver, tem um significado sério – que nós recebemos um significado como a vidas dos animais e plantas. Por isso, a atitude de nossa cozinha e comer está certamente relacionada a  cultivar a mente assim como nosso corpo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Meu Coração Arde Como o Fogo

 Soyen Shaku, um roshi, mestre do Zen-budismo japonês, da escola Rinzai, disse um dia: "Meu coração arde como fogo. Mas meus olhos são frios como cinzas mortas". Então, ele propôs as seguintes regras de vida:


De manhã, antes de vestir-se, acenda incenso e medite.
Coma a intervalos regulares e deite-se a uma hora regular.
Coma sempre com moderação e nunca até ficar plenamente satisfeito.
Receba as suas visitas com a mesma atitude que tem quando está só.
E, quando só, mantenha a mesma atitude que tem quando recebe visitas.
Preste atenção ao que diz, e o que quer que diga, pratique-o.
Quando uma oportunidade chegar, não a deixe passar, mas pense sempre duas vezes antes de agir.
Não se deixe perturbar pelo passado. Olhe para o futuro.
A sua atitude deve ser a de um herói sem medo, mas o coração deve ser como o de uma criança, cheio de amor.
Ao retirar-se, ao fim do dia, durma como se tivesse entrado no seu último sono.
E, ao acordar, deixe a cama para trás, instantaneamente, como se tivesse jogado fora um par de sapatos velhos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

MAKKOHO

. significa “método (s); Regra (s) ”e makkō “ sempre em frente / sempre em frente (olhar) ”- aqui no sentido físico e psicológico, d. H. viver a vida “em linha reta”. 
Makkōhō ( japonês 真 向 法) denota quatro exercícios de ginástica desenvolvidos por Wataru Nagai (1889–1963). 
Wataru Nagai (1889–1963) desenvolveu quatro exercícios para melhorar sua saúde aos 42 anos de idade, após um derrame que prejudicou fisicamente Sua principal preocupação era alongar os músculos que podem afetar a mobilidade do quadril. [1] Ele diz que se os quatro exercícios fossem feitos diariamente, eles melhorariam a rigidez do pescoço, dores nas costas e problemas de saúde. Também é dito que melhora a circulação sanguínea e refresca o corpo e a mente. Porque uma postura pélvica incorreta pode encurtar músculos e ligamentos, afetando a saúde.

Exitem também uma vertente do MAKKOHO desenvolvida pelo Mestre em shiatsu Matsunaga onde ele cita:
"Os exercícios têm um efeito de equilíbrio nos órgãos do respectivo elemento. Com o exercício, os meridianos selecionados são alongados para que a energia flua mais facilmente ou para que os bloqueios de energia sejam liberados. yin e o meridiano yang correspondente de um elemento são alongados ao mesmo tempo durante esse exercício." Na macrobiotica também denominaram o Makkoho como "ritmo-pratica".
https://de.wikipedia.org/wiki/Makk%C5%8Dh%C5%8D

Descobri o Makkoho no fim da decada de 80 com o Mestre de Karatê-Do Sérgio Marinho. Onde percebi que era um exelente exercicio que antecede a pratica do Karatê-Do. Observei que o Makkoho exercita a postura, respiração (ritmo respiratorio), alongamento, coordenação motora, respiração abdominal profunda, foco visual e proporciona a conscientização corporal atravéz da meditação semi-dinâmica.



No livro Ciclo da Saúde,(https://www.ciclodasaude.com/) o autor e nutricionista Francisco Fernandes, reune estudos científicos, que para atingir uma saúde desejável, é necessário que exista uma correlação entre cinco condições: alimentação, respiração, movimento, pensamento e relacionamento, que ele chama de visão integral, que são independentes e se complementam. Ele fala sobre o Makkoho.

"Queremos dedicar-nos agora a contribuir para todos e todas que desejam iniciar uma vida de movimento integral, propondo-lhes que aprendam e pratiquem o ma-ko-rô, que nada mais é do que uma simples sequência de exercícios e alongamentos. Praticado com uma frequência satisfatória, ele é capaz de acordar o corpo e a mente para a realidade e a beleza do movimento.
Essa técnica nasceu quando um executivo japonês, ao sofrer um acidente que, segundo os médicos, o deixaria paralítico, resolveu reagir ao problema que parecia insolúvel. Ele começou a observar os movimentos das crianças e percebeu que possuíam três posições que eram básicas e que garantiam uma grande elasticidade corporal aos pequenos. Ele resolveu então imitá-las e acrescentar ritmo e sequência aos movimentos, criando assim o que chamou de ma-ko-rô. A partir daí, passou a praticá-lo todos os dias, ininterruptamente. Sua recuperação foi algo que surpreendeu até mesmo os médicos mais otimistas que dele cuidavam.
Ao se recuperar, aquele homem introduziu essa técnica de movimento em algumas artes marciais, que chegou a nós através do nosso grande amigo, professor e mestre Augusto Moncorvo. Com o passar dos anos e depois de tantas experiências, pudemos perceber que essa técnica está para o movimento assim como o arroz integral está para a alimentação: é imprescindível. E foi o ma-ko-rô que nos pôde manter com uma certa elasticidade e condição física satisfatória – mesmo nós não tendo praticado artes marciais durante um longo período –, pelo fato de ser o alimento diário."

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

TAIKYOKU 太極

TAIKYOKU SHODAN, NIDAN E SANDAN

Existem três Katas Taikyoku (numerados pelos ordinais Shodan, Nidan, Sandan). Taikyoku Shodan é um Kata elementar que possui apenas duas técnicas de braço, Gedan barai (bloqueio baixo durante a varredura) e Chudan Oi-zuki (ataque direto de braço em nível médio) e apenas uma postura, Zenkutsu-dachi. Devido à sua simplicidade, é um Kata muito fácil de aprender para iniciantes. No entanto, como o próprio nome sugere?, Este Kata tem um caráter mais profundo e é um daqueles a quem um especialista, tendo dominado a arte do Karate, se voltará para selecionar seu Kata de treinamento final. . Uma vez que a pessoa seja capaz de executar o Taikyoku Kata com habilidade, será capaz de compreender outros Kata com relativa facilidade. Por isso, o Taiïkyoku Kata deve ser considerado um Kata, tanto elementar quanto muito elaborado. Na verdade, os Taikyoku Kata são protótipos de todos os Karate Kata. Cada um é uma combinação de bloqueio baixo e ataque de punho de nível médio (técnicas fundamentais em todo o treinamento), usando postura para frente, movimentos corporais típicos do Karate e uma linha definida de movimento. A linha de movimento do Taiïikyoku Shodan está na categoria I. O Kata possui vinte movimentos, mais as posições de Yoi (esteja preparado) e Yame. Os iniciantes precisam de quase quarenta segundos para fazer o Kata, enquanto os alunos avançados devem ser capazes de fazê-lo em cinco ou seis segundos. É importante notar que a categoria I é a linha de movimento mais fundamental, as outras linhas são derivadas dela.

2. Taikyoku é um termo filosófico que designa o macrocosmo antes de sua separação em duas partes, o mundo e o paraíso, portanto, também designa o caos e o nada. (Nota do tradutor.] 42

Tradução do livro Karatê-Do Kyohan (autor Funakoshi Gichin), edição francesa. Página 42.

Taikyoku é um termo filosófico que designa o macrocosmo antes de sua separação em duas partes, o mundo e o paraíso, portanto, também designa o caos e o nada.

Hoje depois de um questionamento simples sobre os katas Taikyoku, resolvi reler e recordar o seu conceito de forma mais profundo.
Muito interessante a afirmação sobre o siguificado filosofico, "O Caos e O Nada". A queda de paradigmas na vida de alguém, um futuro praticante de Karatê-Do. Muitos vêem o karatê como um simples esporte que se pode competir, outros pouco como um verdadeiro Caminho de Vida. De que forma podemos perceber tudo isso como uma verdade filosofica?
De acordo com teorias astrofisicas, filosoficas e religiosas, o Caos é o inicio de tudo, a tranformação o que foi (ou o quê não era) no que serà. A descoberta de algo que se tranforma dentro do nosso Ser não apenas no contexto fisico como também na tranformação psico-espiritual.
Submeter-se ao aprendizado fisico de algo desconhecido e misterioso, superando nossos limites atravez da superação mental nos proporcinando desafios a superar nossas limitações é uma das compreenções do Taikyoku. Ele é a base e o ponto de ligação com todos os outros katas.


Percebemos então, que, quando Funakoshi em seu livro Karatê-do Kyohan cita:

"Este Kata tem um caráter mais profundo e é um daqueles a quem um especialista, tendo dominado a arte do Karate, se voltará para selecionar seu Kata de treinamento final."

No Zen Budismo aprendemos que precisamos entrar na forma para sair da formo e que todo conhecimento funciona como um espiral. Um espiral (podendo entender como a forma do Universo) que quanto mais nos afastamos, nos distanciamos, mais nos voltamos a nosa forma inicial, nossa Origem. O minino e o maximo, a dificiuldade e a facilidade, o bem o mal, o céu e a terra, o masculino e o feminino, e muitas outras dicotomias e dualidades se complementam encontrando Um equilibro Universal.

Algo de tamanha profundeza, humildade e realidade que dificilmente a falta de treinamento basico e poucos anos de experiência nos trarà essa compreenção.

Quando começamos a estudar karatê começamos com a faixa branca, chegando ao estagio final usamos a faixa preta. Porèm chegar a faixa preta é mais um começo o umbral de unificação de tudo que foi aprendido e agora serà aperfeiçoado. Com o passar do tempo, com muitos anos de pratica, essa faixa preta começa a perder sua cor se descolorindo até chegar ao estado inicial, branca. Isso requer muitos anos de pratica e acidua dedicação.

Assim compreendedo que Taikyoku é o primeiro kata a ser ser estudado e o de aperfeiçoamento final também.

Obs: Este topico deixarei concluido momentaneamente com o intuito de acrescenta algo em um futuro proximo. Oss!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

UMAMI o quinto sentimento.


Umâmi é um dos cinco gostos básicos do paladar humano, como o ácido, doce, amargo e salgado, é uma palavra de origem japonesa, que significa "gosto saboroso e agradável". Essa escrita, em particular, foi escolhida a partir da palavra umai "delicioso" e mi "gosto". Os caracteres são usados com um significado generalizado, quando um alimento é considerado delicioso.
Gosto e sabor, por mais que pareçam semelhantes, são distintos. 
O gosto se refere apenas ao sentido do paladar. Receptores específicos presentes na língua reconhecem um determinado estímulo proporcionado por substâncias químicas presentes nos alimentos. Já o sabor dos alimentos é reconhecido pela combinação de dois ou mais sentidos: o PALADAR e o OLFATO.

O melhor jeito de perceber o gosto umami, é sentir o sabor natural dos alimentos, sem temperos, principalmente sal ou açúcar. É preciso começar a treinar o paladar para perceber outras percepções.

Para ficar ainda mais claro, você pode experimentar esta diferença ao degustar uma bala:

1. Escolha uma bala.

2. Segure o nariz com os dedos e coloque a bala na boca. Tente identificar o sabor… O que você percebe?

3. Solte a respiração devagar.

Resultado: Quando você está com o nariz tampado consegue sentir, somente, o gosto doce da bala. Assim que soltar a respiração, você começa a perceber o sabor da bala. Essa é a diferença!

Este conceito se inicia com o motivo pelo qual os japoneses fazem dashi com alga marinha kombu e flocos de bonito seco e a combinação continua em vários outros pratos.
O gosto umâmi é comum em alimentos que contêm glutamato, principalmente em peixes, crustáceos, carnes curadas, certas hortaliças, cogumelos, tomates maduros, ou chá verde e produtos fermentados e envelhecidos (queijos, pastas de camarão, extrato de levedura, molho de soja, etc.).

O primeiro encontro de uma pessoa com umâmi é geralmente pelo leite materno , mas muitos alimentos consumidos diariamente são ricos em umâmi. O leite materno contém aproximadamente a mesma quantidade de umâmi que caldos.

Existem algumas diferenças entre caldos de diferentes países. O dashi japonês dá uma sensação de gosto umâmi bastante puro, porque não é baseado em carnes. No dashi, o glutamato vem da alga marinha kombu e o inosinato vem de flocos de bonito seco (katsuobushi) ou sardinhas secas pequenas (niboshi).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

 A refeição tem vida

Comer é a atividade mais básica para nós a fim de manter nossa vida. Conforme temos a frase em japonês "nichijo sahanji" (literalmente significa que os afazeres do chá e refeições)", não podemos passar um dia sem comer. Isto não é diferente para praticantes de Zen. Por isso podemos encontrar nas escrituras budistas os dizeres de Buda, tais como, "todos nós mantemos nossa vida através do comer. Perdemos nossa vida se não comermos", ou "através do comer mantemos nossa vida, aumentamos nossa força, criamos uma aparência mais saudável, superamos a agonia e paramos a fome e o enfraquecimento.
A iluminação não significa que o Buda se transforma numa pessoa especial. A palavra "Buda", que significa estar despertado, também tem o significado de "estar consciente". Ele saiu de casa para enfrentar os problemas fundamentais da vida tais como envelhecimento, doença e morte. Ele tornou-se consciente da verdade de nossa vida. Ele reconheceu profundamente o fato de que todas as vidas neste mundo se correlacionam umas com as outras; elas não podem ficar no mesmo estado para sempre, e elas estão destinadas a chegar a um fim.
Nós estamos correlacionados uns com os outros. É exatamente por isso que devemos viver em paz. É isso que Buda achou ser muito importante. Ele enfatizou a mente misericordiosa que se manifesta como compaixão.
Além dos seres humanos, ele também trouxe um coração de compaixão pelos animais e plantas.

Fonte: http://global.sotozen-net.or.jp/por/photos_videos/cooking/index.html

domingo, 12 de setembro de 2010


Haikai (em japonês: 俳句, Haiku ou Haicai?) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e sete caracteres na segunda linha (sete sílabas).

Em japonês, haiku são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto haiku em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo. Muitas vezes, há uma pintura a acompanhar o haicai (ela é chamada de haiga). "Haijin" é o nome que se dá aos escritores desse tipo de poema, e principal haijin (ou haicaísta), dentre os muitos que destacaram-se nessa arte, foi Matsuô Bashô (1644-1694), que se dedicou a fazer do haikai uma prática espiritual.



Na Bahia, o principal cultor de haicais na modernidade é o poeta Sérgio Marinho que, assim como Leminski - que em seu livro Bashô,recomendava àqueles que quisessem entender o zen a matricularem-se na mais próxima academia de artes marciais -, é um orgulhoso faixa-preta.

A obra de Sérgio Marinho anda dispersa e pouco publicada em nossos veículos especializados, pois ao que nos parece, o poeta é uma exceção. Avesso às publicações, sequer tem o cuidado de catalogar seus poemas que ficam guardados exclusivamente na memória. Também são raras as oportunidades de vê-lo recitar em público.

São de sua lavra os seguintes haicais:



todos os meus ais

cabem

num hai-kai



ao olhar do travesti

confesso:

não resisti



E ainda:



em matéria de vôo

tira de letra

a borboleta



Além de ser um profundo conhecedor dos elementos que compõe o haicai, uma peculiaridade a ser observada nos poemas de Sérgio Marinho é o seu cuidado artesanal com a linguagem, o uso da rima, ora entre o primeiro e o terceiro verso, ora entre o segundo e o terceiro, instrumento que vem sendo deixado de ser usado pela maioria dos cultores do haicai no Brasil.

Se por um lado percebemos uma ressonância marcadamente concretista na poesia de Sérgio Marinho, por outro, o que nos chama a atenção é certo eco melancólico que o poeta encobre ao mesmo tempo que o difunde, mesmo sem se propor.

Apesar de existir a opinião de que, de um modo geral, o haicai está marginalizado em meio à plêiade literária brasileira, o que percebemos é que muitos são os poetas que se enveredam por suas trilhas. No entanto ainda se faz necessário um estudo mais aprofundado sobre o gênero, pois o que existe são apenas referências históricas e ligeiras pinceladas nos suplementos literários com comentários a respeito dos trabalhos de alguns haicaístas brasileiros.

FONTE: http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=3781

O CAMINHO DO MEIO



WU WEI



Durante seis anos, Siddhartha e os seus seguidores viveram em silêncio e nunca sairam da floresta.

Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo,ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos.

Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno...
"Se apertares esta corda demais, ela arrebenta;
e se a deixares solta demais, ela não toca."



De repente, Siddhartha percebeu de que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado.

Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca.

Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz.

E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada.

Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos, como se Siddhartha tivesse desistido da grande procura pela iluminação.

(Siddhartha os chamou)

- Venham...
- e comam comigo.

Os ascetas responderam:
- Traíste os teus votos, Siddhartha. Desistiu da procura. Não podemos continuar a te seguir. Não podemos continuar a aprender contigo.
e foram se retirando, Siddharta disse:
- Aprender é mudar.

- O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio.

- É a linha entre todos os extremos opostos.
________________________________________
O Caminho do Meio foi a grande verdade que Siddhartha descobriu, o caminho que ensinaria ao mundo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

ALGO SOBRE SUSHI


Nutrição

Os principais ingredientes do sushi tradicional, peixe cru e arroz, possuem baixas taxas de gordura, altas taxas de proteína, carboidratos, vitaminas, minerais e omega-3 (nos sushi com peixe). O mesmo não ocorre com o Sushi no estilo ocidental que adiciona cada vez mais ingredientes não tradicionais, tais como maionese, abacate, e creme de queijo.
Peixe, tofu, frutos do mar, ovo e muitos outros recheios usados no sushi possuem alto nível proteico. Vitaminas e minerais são encontrados na maioria dos vegetais e dos frutos do mar usado no sushi. Carne de
camarão, por exemplo, é rica em cálcio e iodo, enquanto carne de salmão é rica em vitamina D. Gari e nori, usados para fazer o sushi, são ricos em nutrientes. Outros vegetais embrulhados junto com o arroz também oferecem várias outras vitaminas e minerais. Carboidratos são encontrados no arroz e nos vegetais.

Riscos de saúde
Como muitos alimentos que utilizam frutos do mar e peixes, o sushi não está livre de riscos de saúde. Alguns peixes grandes, como atum, pode estar contaminados com altos níveis de mercúrio. Isso se deve ao fato de o atum estar no topo de sua cadeia alimentar, logo ele acumula a contaminação dos peixes menores quando os consome. Assim, o atum, e outros peixes, podem causar intoxicação por mercúrio se consumidos em alta quantidade.
Infecções por parasitas são raras. Os japoneses costumam congelar a noite toda os peixes antes de comer para evitar serem infectados por parasitas, particularmente o
anisakis.
Outras formas de sushi, mais notavelmente as que usam peixes venenosos (como
Tetraodontidae) podem causar graves envenenamentos se não for devidamente preparado. O fugu, particularmente, tem uma dose letal de tetrodotoxina em seus órgãos internos e precisa ser preparado por um cozinheiro licenciado e qualificado por um exame nacional do Japão.

:: Ikebana

Segundo alguns estudiosos, o ato de colocar flores no altar budista deu origem ao ikebana (lideralmente, flor colocada), creditando sua origem ao monge zen-budista Sem-no-Rikyu, conselheiro do xogum Hideyoshi Toyotomi, que também foi responsável pelo Chadô, cerimônia do chá. Outros voltam a 607 d.C, quando uma missão diplomática da China introduziu-o no Japão.

De qualquer forma, foi no século XIV que a oferenda religiosa, sem perder seu significado, passou a ter também um caráter estético, sendo praticado por nobres. O ato de colocar flores poderia ser tão artístico quando fazer uma escultura. E tanto quanto outras artes, o ikebana tem suas regras que são difíceis de serem compreendidas pelos leigos. Entretanto, o material utilizado é bastante simples. Os principais são as flores e folhas, a tesoura, os suportes (parecem escovas cheios de pregos) e os vasos.
Dependendo estilo são utilizados outros objetos. Existem diversos estilos de ikebana. Só a Associação Ikebana do Brasil tem cadastradas 16 escolas, a maioria com estilos diferentes entre si. Qualquer que seja o estilo, os praticantes de ikebana valorizam o seu aspecto espiritual, onde o silêncio necessário para a concentração na hora de fazer os arranjos, faz o praticante viver aquele momento e apreciar as coisas da natureza, que por si só já trazem muitos significados.
Estilo Ikenobo
Considerado o mais antigo dos estilos, surgiu em um templo de Kyoto, há quase 500 anos, pelas mãos de Senkei Ikenobo e Senno Ikenobo. Desde então, através de gerações, a família Ikenobo vem desenvolvendo e divulgando a arte do ikebana. Os primeiros mestres estabeleceram o formato rikka para suas composições. Rikka é o arranjo que herdou o princípio do tatehana, arranjo simétrico, elaborado com devoção aos deuses e aos antepassados. No rikka, os galhos saem do vaso recriando o conjunto da paisagem.
Dois séculos depois, foi criado o formato shoka, e o número de praticantes do ikebana cresceu bastante. Shoka valoriza o vigor e a versatilidade das plantas, quase sempre formando uma meia-lua.Outros formatos surgiram com o tempo, pois as gerações sucessoras da família Ikenobo adaptaram a arte ao estilo de vida daquele momento. Atualmente, o mestre Sen-ei é o 45º da linha sucessória da família Ikenobo.
Estilo Sogetsu
Um dos mais novos estilos, originou-se pelas mãos de Sofu Teshigahara. Nascido em 1907. Com apenas 25 anos, Teshigahara começou sua escola de ikebana, onde, encarando-a como arte, passou a utilizar-se de todo o tipo de material, e não apenas aqueles oferecidos pela natureza. A primeira exposição individual desse mestre aconteceu em Tokyo, em 1933, quando ele utilizou sucata de metal em sua composição. Com a convicção de que o ikebana era uma arte, não só para o Japão, mas também para o mundo, Teshigahara procurou divulgar seu trabalho. Assim, personalidades como a rainha Elizabeth II, a princesa Diana, e a senhora Gandhi já freqüentaram aulas da Escola Sogetsu de Ikebana.
Estilo Ohara
A Escola de Ikebana Ohara começou no período Meiji (1867 a 1912). Unshin Ohara chegou em Osaka com a pretensão de se tornar um escultor. Com a saúde precária que tinha, preferiu dedicar-se ao ikebana, já que havia estudado na Escola Ikenobo, cujo estilo considerava demasiadamente rígido e formal.
Na época, com a abertura dos portos ao exterior, o Japão via a chegada de novos tipos de flores do ocidente. Ohara desejou utilizá-los em seus arranjos. Então, ele fez um arranjo diferente sobre um suiban (vasilhame parecido com uma bacia rasa) que ele mesmo criou. O formato, que ficou conhecido como Moribana, chocou os mestres da época, pois a montagem dos galhos e flores se dava como se estivessem sendo empilhados.


fonte: www.culturajaponesa.com.br

A SABEDORIA DO SAMURAI
Conta-se que, perto de Tóquio, capital da Japão, vivia um grande samurai.
Já muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, apareceu por ali um jovem guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação.
Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Assim que soube da reputação do velho samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama.
Todos os discípulos do samurai se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível.
No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:
Como o senhor pôde suportar tanta indignidade?
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles lhe perguntou:
Se alguém chega até você com um presente e lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente?
Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo.
Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
Por essa razão, a sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, se você não o permitir.
* * *
Sempre que alguém tentar tirar você do sério, lembre-se da sábia lição do velho samurai.
Lembre-se, ainda, que seus atos lhe pertencem. Só você é responsável pelo que pensa, sente ou faz.
Só você, e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe a sua tranquilidade.
Foi por essa razão que Jesus afirmou que só lobos caem em armadilhas para lobos.
Assim, aceitar provocações ou deixar que fiquem com quem nos oferece, é uma decisão que cabe exclusivamente a cada um de nós.
Pensemos nisso!

terça-feira, 7 de julho de 2009


As Três Peneiras de Sócrates

Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:

- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!

- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.

- Três peneiras? Que queres dizer?

- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?

- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.

- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?

Envergonhado, o homem respondeu:

- Devo confessar que não.

- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?

- Útil? Na verdade, não.

- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.

TORI


Segundo os mitos do Shintoísmo, os deuses criaram o Japão e o seu povo. Até os meados do ano 1900, os japoneses adoravam o imperador, como um descendente direto de Amaterasu-Omi-kami, a deusa do sol e mais importante divindade da religião. Em 1868, o governo japonês, instituiu o Shintoísmo como religião oficial do país. Porém, depois da derrota japonesa na II Guerra Mundial (1939-1945), o imperador Hiroíto renunciou ao caráter divino atribuído à realeza, e a nova Constituição do país passou a defender a liberdade de religião. Contudo, 90% da população japonesa é xintoísta, e os que pertencem a outra religião, permanecem oferecendo sacrifícios devocionais aos deuses e celebrando suas cerimônias e rituais. O símbolo dos santuários shintoístas o Tori representa a divisão entre o mundo comum e o mundo divino. É a porta de entrada, feita de madeira, sem qualquer telhado ou muros anexados formada por duas colunas ligadas por duas vigas; as colunas representam os alicerces que sustentam o céu, enquanto que as vigas simbolizam a terra.

SHOJIN RYORI



Alimentação Zen

Como acontece com outros caminhos espirituais, a maneira correta de preparar a comida e uma boa prática dietética são partes integrantes do treinamento Zen. A filosofia de preparação da comida, num templo Zen, está condensada no estilo de cozinhar chamado shojin ryori. Isto pode ser traduzido simplesmente como "comida vegetariana", porém shojin ryori leva consigo a idéia de cozinhar o desenvolvimento espiritual e tem a finalidade de contribuir para a saúde física, mental e espiritual do cozinheiro e de quem vai compartilhar o alimento.
Em japonês, a palavra shojin é composta de caracteres que significam "espírito" e "progredir", e o significado completo da palavra é algo como "dedicação para alcançar o caminho da salvação". A palavra chinesa da qual shojin originou-se era derivada do termo sânscrito virya, que contém a idéia de esforço total e autocontrole, duas qualidades elementares no Caminho Nobre Óctuplo do Budismo. Entretanto, o princípio subjacente do shijin ryori é simplesmente amor e gratidão pela comida recebida. Preparar e compartilhar o alimento passa a fazer parte da prática religiosa e tem lugar junto com outras contribuições para a felicidade e bem-estar da sociedade e de nós mesmos.
A culinária shojin, às vezes, é chamada de yukuseki ou remédio. Aqui incorporado o mesmo princípio contido no sistema medicinal ayurvedico indiano. Nessa escola de pensamento, a escolha e o preparo da alimentação são vistas como inseparáveis do tratamento das doenças e cultivo da boa saúde. O ponto de vista médico tradicional chinês é o mesmo: "Se uma pessoa cair doente, deverá, primeiro, examinar sua dieta; depois de bem selecionada, mastigar cuidadosamente e agradecer. Dessa maneira, os poderes curativos da natureza, com os quais a humanidade é abençoada, são conferidos com plena liberdade para agir e quase todas as doenças são dominadas."
A dieta Zen é tradicionalmente vegetariana e o praticante abstém-se de comer carne, exceto em circunstâncias particularmente definidas. Essa prática vegetariana baseia-se no preceito budista de não matar todos os seres sencientes, reconhecendo a interdependência e unicidade de tudo que tem vida.

sábado, 26 de abril de 2008

BODHIDHARMA


Não existem registros escritos precisos sobre a origem das artes marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos.
A história das artes marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, quando no ano 520 A.D. um monge budista indiano chamado Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen - deixou seu país e partiu numa longa jornada em busca da iluminação espiritual. Bodhidharma (conhecido no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho e pregando sua doutrina aos monges ou a quem quer que fosse.
Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Diz a lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que transmitia-lhes os fundamentos da filosofia Zen, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente.
Os exercícios ensinados por Bodhidharma eram baseados em métodos de respiração profunda e yoga, e seus movimentos se assemelhavam a técnicas de combate. A prática desses exercícios logo tornou-se uma tradição no templo, vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu, que no Japão foi conhecido como Shorinji Kenpo.
Há relatos também de que Bodhidarma se retiro na floresta para meditar e observar o movimento dos animais. Observou como os animais menores se defendiam do maiores e como cada um com sua habilidade se sobressaia com o outro. Após longa meditação ele codificou estes movimentos e adaptou-os para os monges.
Uma das razões também que o buscou a tal descoberta foi o fato de que naquela época os mosteiros eram muito saqueados por vandalos e bandidos a procura de alimentos e reliquias. Já que os monges faziam voto de pobreza e não violência, não portavam armas para defender-se. Daí a busca de um método de auto-defesa que pudesse usar a força de seu oponente contra ele mesmo com base no movimento dos animais.
Esta arte marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação à reestabelecida saúde dos monges, e segundo como método de defesa pessoal propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por vez ou outra saqueavam o templo, de quem os monges em outros tempos eram considerados presas fáceis.
Estes métodos de treinamento eram exaustivamente praticados, isto pelo fato de quando não utilizados como forma de combate, eram usados como exercícios de meditação dinâmica (os Katas) e como método de auto cura o Taisô Hiorô (Chikun).
A reputação dos monges lutadores logo se espalhou pela China, fazendo com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país, principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes marciais, como o Karate em Okinawa.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ZEN


O meu coração arde como fogo


Soyen Shaku, um mestre Zen, disse um dia: «Os meus olhos são frios como cinzas mortas, mas meu coração arde como o fogo». Eis as regras que praticava em cada dia da sua vida:
De manhã, antes de se vestir, acenda incenso e medite.Coma a intervalos regulares e deite-se a uma hora regular.Coma sempre com moderação e nunca até ficar plenamente satisfeito. Receba as suas visitas com a mesma atitude que tem quando está só. E, quando está só, mantenha a mesma atitude que tem quando recebe visitas. Preste atenção ao que diz e, o que quer que diga, pratique-o. Quando uma oportunidade chegar, não a deixe passar,mas pense sempre duas vezes antes de agir. Não se deixe perturbar pelo passado. Olhe para o futuro.
A sua atitude deve ser a de um herói sem medo mas o coração deve ser como o de uma criança, cheio de amor. Ao retirar-se, ao fim do dia, durma como se tivesse entrado no seu último sono. E, ao acordar, deixe a cama para trás, instantaneamente, como se tivesse deitado fora um par de sapatos velhos.

SHOTOKAN


Shotokan (松涛館) é a escola de karate criada por Gichin Funakoshi (1868-1957). Inicialmente o Mestre Funakoshi não acreditava em criação de estilos e sim que todo karatê deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam de professor para professor. Shoto era como Funakoshi assinava seus poemas, significa pinheiros ondulando ao vento e kan significa edificação ou salão.
Os alunos de Funakoshi construíram um dojo (道場, lugar do Caminho) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan (Edifício de Shoto). Acredita-se que a origem do nome do estilo seja essa. O Dojo Shotokan foi destruído durante um bombardeio na II Guerra Mundial.
O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes, predominancia de movimentos de mão e chutes no máximo até o peito. Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que a técnica de um "simples" soco direto, pode nunca ser dominada, e só o é com muitos anos de treino, mas quando a técnica é dominada o seu poder é incrivel e quase sobre-humano. No karatê shotokan são levados a sério fatos como a concentração e o estado de espirito, pois sem concentração e um estado de espirito leve mas determinado a técnina de pouco serve, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação.
Possui 29 katas (ou forma, também mencionado como o "balé da morte" por se tratar de uma sequencia de movimentos contra 4 ou mais adversários executados de tal forma que se assemelha a uma dança), sendo 3 não reconhecidos por serem usados apenas para uma melhor introdução ao praticante). seguindo ainda um metedo de ensino que divide a aula em três partes (o kata, o kumitê e o kihon.).
Os katas auxiliam o iniciante a assimilar o estilo e aprender as técnicas básicas de movimentar-se, defender-se e atacar. Para o avançado os katas são um confronto com as ideias dos velhos mestres, nestes confrontos os atuais praticantes entendem os segredos da arte, que só são aprendidos mediante prática exaustiva e não oralmente.

terça-feira, 15 de abril de 2008

TIPOS DE SUSHI

Existem vários tipos diferentes de sushis e, de acordo com o formato e recheio, recebem nomes diferentes. Os mais conhecidos são:
Califórnia: versão americanizada de uramaki, é uma boa opção para quem não gosta de peixe cru. Vem com kani, pepino e manga (ou abacate). Algumas vezes o sushiman inclui maionese, outras vezes cream cheese.



Hossomaki: é o arroz e o recheio envoltos em alga marinha. Hosso quer dizer fino e maki significa "enrolado", daí, "enrolado fino". Conforme o recheio usado, o hossomaki leva um nome diferente: Tekamaki - de atum.Kapamaki - de pepino.Shakemaki - de salmão.




Nigiri: bolinho de arroz em forma alongada coberto com fatias de peixe cru ou ainda polvo e camarões. Sempre preparados à mão sem a ajuda de esterinhas ou formas e apresentados em pares. O movimento da mão ao fazer este bolinho leva o nome, em japonês, de niguiri, daí o nome deste sushi. As pessoas tendem a "molhar" o arroz do niguiri no shoyo, mas o certo conforme a cultura oriental é "molhar" o peixe.


Norimaki: bolinho de arroz enrolado em alga de nori. Este sushi é recheado com omelete, pepino, maionese, abacate, alface, camarões e lulas.


Temaki: é o cone de alga recheado com arroz, peixe e pepino. O nome quer dizer "enrolado na mão" (Te=mão). A alga marinha do temaki tem que estar bem sequinha e crocante. Se você demora para comer (quando pede para entregar em casa, por exemplo), a alga amolece com a umidade e fica "borrachenta".





Uramaki: arroz sobre folha de nori (alga), tiras de peixe ou outros ingredientes, enrolado de forma que o arroz fique na parte externa. Ura quer dizer "fora". O uramaki normalmente vem com gergelim, que além de enfeitar, dá um sabor especial. Depois é cortado em 6 unidades. O mais conhecido é o uramaki califórnia.
Com o crescente mercado de sushis a criatividade dos sushiman uma enorme variedade de modelos, cortes e ingredientes passou a ser oferecida. Algumas condenáveis como os sushis com frutas e com recheios de queijo ou empanados. Alguns mestres tradicionais torcem o nariz e se recusam a preparar estas novidades.

OS VINTE ENSINAMENTOS DE FUNAKOSHI


01 - O Karatê inicia-se e termina com saudações.
O espirito do karatêka se perde sem a cortezia.
02 - No Karatê não existem golpes de agressões.
Em todos katas em Karatê-Do (Shotokan), inicia-se com defesa.
03 - O Karatê apóia o caminho da razão.
Um karatêka nunca toma a iniciativa de um combate.
04 - Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
Este é um ensinamento para todos que buscam uma evolução espiritual.
05 - A princípio lapidar o espírito, depois a técnica.
"Zanshin ", espirito, o domínio de si mesmo (mente) para se dominar o corpo.
06 - Evitar o descontrole e o desequilíbrio mental.
Saber ter o domínio de si mesmo em todas as ações.
07 - A falha surge com acomodação mental.
Seja persistente e forte em seu querer.
08 - O Karatê não se limita apenas à academia .
Veja o Karatê-Do em todas as coisas.
09 - A essência do Karatê se descobre no decorrer da vida.
Trinta anos de prática para você começar a entender o que é Karatê-Do.
10 - Dará frutos quando ligado à vida cotidiana.
Ser e fazer é uma única coisa.
11 - O Karatê é igual a água quente, se não receber calor constante, esfria.
Jamais pare de seguir o caminho.
12 - Não pense em vencer, mas não pense em derrota.
Sempre aceite um desafio sem pensar na sua derrota.
13 - Mude sua posição conforme o tipo de adversário.
Aprenda a conhecer outras escolas.
14 - A luta depende do bom manejo da teoria de Yin (negativa) e Yang (positiva).
É o que faz o equilíbrio do Universo.
15 - Imagine que seus membros são espadas.
Manter sempre o espírito do BUDO.
16 - Para o homem que sai do seu portão, existem milhares de adversários.
Se prepare para o pior esperando o melhor.
17 - No princípio os movimentos são artificiais mas com o tempo se tornam naturais.
As repetições exaustivas dos exercícios nos leva à compreenção da técnica.
18 - A prática de fundamentos deve ser correta, enquanto em uso, torna-se diferente.
Ao treinar seja técnico, ao lutar seja instintivo.
19 - Domínio do seu corpo na coordenação, na energia, na velocidade e elasticidade.
Elementos fundamentais para o conhecimento técnico do Karatê-Do.
20 - Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente.
Nunca pare de estudar e experimentar para evoluir.
"ABRINDO AS NUVENS, PROCURANDO O CAMINHO."
Poema escrito por FunakoshiPosted by Picasa